Mesmo sabendo que nossos caminhos se distanciam, é impossível negar que algo de nós dois vai permanecer para sempre. Não são as palavras que importam, mas os gestos, os olhares, a cumplicidade que só quem viveu sabe compreender. E, enquanto cada um de nós segue sua jornada, um pedaço do que fomos ainda ecoa nas lembranças, como uma melodia suave e, ao mesmo tempo, pungente.
O tempo não apaga o que sentimos. A separação não apaga o que foi vivido. E, por mais que a vida siga, há algo em mim que permanece ali, nas entrelinhas de tudo o que deixamos para trás. Não é algo que se explica, nem algo que se resolve. É uma saudade que se mistura com o entendimento de que, às vezes, o maior gesto de amor é permitir que o outro siga, mesmo que a dor teimosa insista em nos prender ao que foi.
A despedida não é o fim. Ela é apenas o momento em que somos forçados a entender que a vida, por mais que nos parta ao meio, ainda tem o poder de nos transformar. E, por mais distante que estejamos, o que ficou de nós sempre será uma parte que não se dissolve. Apenas se transforma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário