O
que é o mal? Será que o mal é um ser? O mal é Criação de Deus? Quando
assistimos uma reportagem e deparamos com crimes bárbaros, nos perguntamos
quanta maldade ou ainda, se Deus existe por que permite todo esse mal? Identificamos
o mal naquilo que é indesejável, às vezes está ligado à falta de virtude ou aos
vícios. O mal sempre esteve presente na sociedade, como dizia o Filósofo Rousseau “O homem é bom
por natureza. É a sociedade que o corrompe”.
O mal advém da sociedade? O homem é um ser social, por fazer parte da sociedade
esse corrompe a sua própria espécie? Seria o homem a causa do mal?
Para
o Filósofo Santo Agostinho a questão do mal sempre foi algo de seu interesse,
se Deus é inteiramente bom e todo-poderoso, por que há mal no mundo? Essa
pergunta é fundamental, pois ela é utilizada para um argumento contra a
existência de Deus. Agostinho respondeu
essa pergunta defendendo a tese de que, embora Deus tenha criado tudo que
existe, Ele não criou o mal porque o mal não é algo, mas a falta ou a
deficiência de algo. A dialética que Santo Agostinho faz é dizer que conhecemos
o mal através do bem, o ser humano é bom, podemos identificar o mal no contrário
do bem como exemplo: o mal em um ladrão é a falta de honestidade.
Santo Agostinho utiliza dois silogismos acerca da inautenticidade
do mal para solucionar a pergunta: O mal é uma Criação de
Deus? -Todas as coisas que Deus criou são boas; O
mal não é bom; Portanto, o mal não foi criado por Deus. - Deus criou todas as
coisas; Não criou o mal; Portanto, o mal não é uma coisa. Com essa idéia, Santo
Agostinho vai dizer que “se o bem vem de Deus, o mal se origina da ausência do
bem e só pode ser atribuído ao homem, por conduzir erroneamente suas próprias
vontades”.
Outra questão que Santo Agostinho precisa explicar é se Deus criou
o mundo de tal maneira por que ele permite que existam tais males ou
deficiências naturais ou morais. A resposta para tal indagação advém da
racionalidade dos seres humanos, para que ele criasse criaturas racionais,
tinha de lhes dar livre arbítrio. Ter livre arbítrio significa ser capaz de
escolher e inclusive de escolher entre o bem e o mal. A racionalidade é a
capacidade que o ser humano tem de avaliar as escolhas por meio do processo do
raciocínio, esse processo só é possível onde há liberdade de escolha, incluindo
a liberdade de se escolher errado. Segundo Santo Agostinho “O que tornou Adão capaz de obedecer às ordens
de Deus também o tornou capaz de pecar". Então o mal seria as más escolhas dos seres humanos? Temos
refletido antes de fazer alguma escolha?
Referencia Bibliográfica: O Livro da Filosofia (2011), Author: CasteloRoger,
Name: O Livro da Filosofia.
https://cogitoinexcelsius.wordpress.com/2010/10/16/santo-agostinho-e-o-problema-do-mal/
Agostinho, Sto.
(1980) Confissões.
Trad. J. Oliveira Santos e A. Ambrósio de Pina, São. Paulo, Abril Cultural, 2ª
edição