O que é o desejo,
senão ausência vestida de direção?
Um vazio que empurra,
uma falta que pulsa
como se fosse plenitude.
Ele nasce
sem hora marcada,
no entrelugar do corpo e da alma —
é memória do que nunca tivemos,
e ainda assim sentimos falta.
Desejar é caminhar
sem mapa,
mas com um farol aceso por dentro.
É mover-se por algo que brilha,
mesmo quando o mundo é sombra.
Há quem viva de desejos
como quem vive de pão.
E há quem os negue,
como quem renega a si mesmo.
Mas…
quando o desejo morre,
o que sobra do humano?
Sem ele, a bússola gira em falso,
e a vida perde seu contorno.
A natureza do desejo?
É ser chama que não consome,
falta que fertiliza,
ânsia que revela
o que somos antes de ser.
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