O Amor é construir memórias,
Trocar afetos, partilhar histórias.
É parceria que deu certo,
É ter onde repousar a cabeça,
Nos braços que oferecem a calma,
E no coração que abriga a alma.
O Amor é construir memórias,
Trocar afetos, partilhar histórias.
É parceria que deu certo,
É ter onde repousar a cabeça,
Nos braços que oferecem a calma,
E no coração que abriga a alma.
Você não é minha propriedade, ninguém é de ninguém.
Não somos posses um do outro, nem há direito sobre o outro.
Você tem liberdade para estar ou não ao meu lado, sempre respeitei sua escolha.
Quando decidiu ficar, te abracei; quando escolheu partir, te deixei ir.
A filosofia me ensinou a fazer perguntas.
A duvidar de mim mesmo.
Quem sou eu? Ou o que é real?
Qual a realidade que habito?
As respostas são efêmeras,
a cada uma, uma metamorfose.
Será que a lagarta sabe da possibilidade de ser borboleta?
Ou se espanta com sua própria transformação?
Será que toda pergunta tem uma resposta?
E o que é uma resposta, senão a satisfação momentânea da dúvida?
Não sei onde ela vai terminar,
Mas às vezes parece próximo de acabar.
Por que esse é o fim?
Olho pro lado e vejo pessoas ao redor,
Preocupadas com o desconhecido.
A cada dia levanto e não reconheço,
O sentido da vida é efêmero.
Sinto no peito a desilusão do poeta,
Sinto na minha cabeça a dor de um instante perdido.
Vejo que a estrada é longínqua,
Vejo que é o sonho o impulso da vida.
Mas será que há realmente um fim,
Ou é só um novo começo, silencioso, escondido?
A cada passo, o que parece desvanecer,
É só o que ainda precisa ser entendido.
O tempo, esse mestre invisível,
Nos ensina a viver, a se reinventar.
A estrada longa é a chance de recomeçar,
E até a dor é luz, que nos guia a caminhar.
Na incerteza, eu me encontro,
E no silêncio, me refaço inteiro.
A vida é esse fio tênue entre o medo e o sonho,
E sigo, apesar de tudo, com o coração verdadeiro.
Introdução
A religião, em diversas culturas e sociedades, cumpre um papel fundamental tanto na organização social quanto na formação do comportamento individual. Para muitos, ela é uma fonte de consolo, moralidade e sentido de vida. Contudo, sob uma análise crítica, a religião também pode ser vista como uma forma de alienação do indivíduo, conforme a concepção de Karl Marx. A alienação, um conceito central na teoria marxista, se refere ao processo pelo qual o indivíduo perde o controle sobre sua própria existência e passa a ser manipulado por forças externas, como o Estado, a economia ou a religião. Este texto explora como a religião, dependendo de sua vertente, pode funcionar como um mecanismo de controle social, ajudando a manter as desigualdades, ao mesmo tempo em que contribui para a alienação dos indivíduos, especialmente entre os jovens, reforçada pela mídia.
A alienação do pensamento segundo Marx
Para Marx, a alienação não é apenas um distanciamento psicológico do ser humano em relação ao seu trabalho ou à sua vida cotidiana, mas também um distanciamento da sua própria essência, da sua liberdade e autonomia. Na sociedade capitalista, a alienação se manifesta no fato de que os indivíduos são reduzidos a meros instrumentos no processo de produção, perdendo o controle sobre o que produzem e, em última instância, sobre sua própria vida. A religião entra nesse contexto como uma forma de "alienação ideológica", pois, ao oferecer uma explicação para a vida e para as desigualdades sociais, ela muitas vezes apazigua os conflitos gerados pela realidade material e ajuda a perpetuar um status quo que não beneficia os mais pobres.
A alienação “corresponde ao processo pelo qual os atos de uma pessoa são dirigidos ou influenciados por outros e se transformam em uma força estranha colocada em posição superior e contrária a quem a produziu. Nesta acepção, a palavra deve muito de seu uso a Karl Marx”.[1]
A religião como ferramenta de controle social
A religião, em diversas formas e dependendo da corrente de pensamento que segue, pode funcionar como um meio de controle social. Para Marx, a religião tem uma função de legitimar a opressão e as desigualdades presentes na sociedade. Ela oferece aos indivíduos uma visão do mundo que os faz aceitar a realidade tal como ela é, sem questionamentos. A promessa de uma recompensa futura – seja no céu, no karma ou em algum tipo de retribuição divina – retira a necessidade de mudança nas condições materiais imediatas. Assim, a religião pode ser vista como uma forma de alienação do pensamento crítico e da ação transformadora.
"A religião é o suspiro da criatura oprimida, o sentimento de um mundo sem coração, e a alma de uma condição sem alma. Ela é o ópio do povo."[2]
Além disso, a religião cria uma visão de mundo em que o sofrimento na vida presente é justificado por uma esperança de salvação futura. Isso impede os indivíduos de perceberem as causas reais da opressão, como as estruturas econômicas e sociais, e os faz aceitar seu destino com resignação. Esse conformismo social, alimentado pela religião, acaba servindo aos interesses daqueles que detêm o poder, pois mantém as massas subjugadas sem que haja um questionamento efetivo das causas de sua própria miséria.
A alienação dos jovens e a mídia
No contexto atual, os jovens estão cada vez mais alienados em relação à realidade que os cerca. As questões que envolvem o futuro, a identidade e a liberdade de pensamento estão sendo moldadas, em grande parte, pela mídia. As redes sociais, os meios de comunicação e a propaganda desempenham um papel crucial nesse processo de alienação, pois direcionam os pensamentos e comportamentos dos indivíduos, especialmente os mais jovens, de maneira muitas vezes inconsciente. Ao consumir informações ou seguir padrões ditados pela mídia, os jovens acabam reproduzindo, sem reflexão, ideologias e modelos de vida que não correspondem necessariamente às suas reais necessidades ou desejos. A mídia contribui para a criação de um imaginário coletivo que serve aos interesses das grandes corporações e das elites econômicas, semelhante ao papel que a religião desempenha ao tentar acalmar a consciência dos indivíduos e garantir que as relações de poder se mantenham inalteradas.
A interseção entre religião e mídia
A interseção entre religião e mídia também é notável quando se observa como as religiões contemporâneas, em muitas partes do mundo, utilizam as mídias de massa para propagar seus valores e crenças. Seja por meio de programas de televisão, redes sociais ou outros canais, líderes religiosos podem alcançar milhões de pessoas, transmitindo mensagens que reforçam o controle social e a alienação ideológica. Neste cenário, a religião e a mídia não são entidades isoladas, mas trabalham juntas para moldar os pensamentos e comportamentos de grandes parcelas da população, criando uma forma de alienação em que as pessoas estão desconectadas da realidade material e dos processos de transformação social.
Conclusão
Em uma sociedade onde a religião e a mídia exercem forte influência, é essencial que se compreenda o papel da alienação na vida dos indivíduos. A visão de Marx nos oferece um olhar crítico sobre como esses sistemas ideológicos, ao invés de libertar o ser humano, muitas vezes o aprisionam em uma visão distorcida do mundo. A religião, embora tenha suas contribuições positivas, também pode funcionar como um mecanismo de controle, reforçando a aceitação da desigualdade e a apatia frente às condições sociais. Além disso, a mídia amplifica esse processo, especialmente entre os jovens, ao moldar suas percepções e crenças. Para superar essa alienação, é necessário um movimento consciente em direção à reflexão crítica e à transformação das condições materiais que sustentam essa estrutura de poder.
Bibliografia
MARX, Karl. O manifesto comunista. Tradução de Sérgio A. de Moraes. 3. ed. São Paulo: Editora Abril, 2004.
MARX, Karl. O capital: Crítica da economia política. Volume I: O processo de produção do capital. Tradução de Reginaldo P. de Almeida. São Paulo: Editora Abril, 1983.
MARX, Karl. Crítica à filosofia do direito de Hegel: Introdução e crítica da crítica hegeliana da religião. Tradução de Sergio Lessa. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 2003.
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. Tradução de Marcos Sampaio. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1997.
DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Tradução de Sérgio A. de Moraes. 11. ed. Rio de Janeiro: Editora Contraponto, 2008.
BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo. Tradução de Vera Vinha. São Paulo: Editora Difusão Cultural, 1999.
HELD, David. A mídia e os efeitos do capitalismo. 2. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 2001.
COTRIM, GILBERTO Fundamentos de filosofia / Gilberto Cotrim, Mirna Fernandes. -4. ed. -- São Paulo : Saraiva, 2016.